15 março 2008

Indo pelo concelho de Mangualde...



Os alunos do 4.º A, depois de terem ouvido a leitura dos textos "Se tu visses o que eu vi" e "Indo por aí fora" de António Mota, deram largas à sua imaginação, puxaram pela sua veia poética e o resultado foi o seguinte:




Indo pelo concelho de Mangualde…


Indo por aí fora
A caminho de Mangualde
Vi um pinto numa piscina
E um homem a nadar num balde.

Indo por aí fora
A caminho de Tabosa
Vi uma formiga
Que se fazia manhosa.

Indo por aí fora
A caminho de Tibaldinho
Vi dois porcos com óculos de sol
E um peixe dentro dum ninho

Indo por aí fora
A caminho de Almeidinha
Vi um grande tubarão
A fugir de uma sardinha.

Indo por aí fora
A caminho de Mesquitela
Encontrei um rato assado
Polvilhado com canela.

Indo por aí fora
A caminho de Pinheiro
Encontrei uma cegonha
Com um saco de dinheiro.

Indo por aí fora
A caminho de Fagilde
Vi um cão bem pequenino
A puxar o carro da Matilde.

Indo por aí fora
A caminho de Cunha Baixa
Vi um rato a tocar viola
E um homem numa caixa.

Indo por aí fora
A caminho da Roda
Encontrei um burro velho
Com um vestido da moda.

Indo por aí fora
A caminho do Canedo
Andava uma bruxa a pastar
E uma vaca a fazer bruxedo.

Indo por aí fora
A caminho de Agua Levada
Vi uma abelha a comer peixe
E um gato a comer marmelada.

Indo por aí fora
Até Santiago de Cassurrães
Encontrei três meninas
A morderem nuns cães.

Indo por aí fora
A caminho de cubos
Encontrei um urso
Que estava com soluços.

Indo por aí fora
A caminho do Canedo
Encontrei uma cadela
A contar um segredo.

Indo por aí fora
A caminho da Ançada
Encontrei um grande galo
A comer galinha assada.



Se tu visses o que eu vi…

Se tu visses o que eu vi
Desmaiavas a meus pés
Uma cobra cor-de-rosa
E um golfinho a comer Moisés.

Se tu visses o que eu vi
Subia-te o calor
O príncipe da Arábia
A passear no tapete-voador.

Se tu visses o que eu vi
Fugias de medo
Um gato com chifres
E um urso a fazer bruxedo.

Se tu visses o que eu vi
Ficavas engasgada
Uma rena num trenó
A subir a calçada.

Se tu visses o que eu vi
Ficavas de boca aberta
Uma cabra com sete rabos
Em cima de uma caneca.

Se tu visses o que eu vi
Nem querias acreditar
Uma rapariga com penas
E um galo a dançar.

Se tu visses o que eu vi
Dirias que era mentira
No mar cacei duas lebres
E no monte umas enguias.

Se tu visses o que eu vi
Nem querias acreditar
Pois estava uma andorinha
Com uma formiga a namorar.

Se tu visses o que eu vi
Não paravas de cantar
Um pato a saltar à corda
E uma cobra a mamar.

Se tu visses o que eu vi
Desatavas à gargalhada
Bois a dar leite
E vacas a dar marmelada.

Se tu visses o que eu vi
Nem querias acreditar
Uma mosca a tocar bombo
E um morcego a cantar.

Se tu visses o que eu vi
Quando fui tomar café
Um burro sentado à mesa
E o dono a fazer banzé.

Se tu visses o que eu vi
À porta da Cinderela
Uma linda vaquinha
A mamar numa cadela.

Se tu visses o que eu vi
A caminho da Roda
Vi uma laranja a cantar
E um porco num desfile de moda.

Se tu visses o que eu vi
Começavas a dançar
Um sapo a tocar guitarra
E uma rã a cantar.

Se tu visses o que eu vi
Fugias a gritar
Um cão de três cabeças
E uma cobra a saltitar.

Se tu visses o que eu vi
Ficavas cheia de medo
Encontrei uma formiga
A pegar no penedo.

Se tu visses o que eu vi
Desatavas a chorar
Uma flor a agradecer
E uma lata a rezar.

Se tu visses o que eu vi
Não paravas de gemer
Enquanto uma galinha cantava
Um pato tentava adormecer.

Se tu visses o que eu vi
Cantarolavas sem parar
Uma girafa de um centímetro
E um rato a dançar.

Se tu visses o que eu vi
Ficavas pasmada
Uma chita a fugir de um gnu
E uma porca bem lavada.

1 comentário:

  1. Olá rapaziada!
    lindo! Lindo! Lindo!
    Sair e ver com os olhos do coração, da fantasia... dá os frutos que se vêem. Isto tem ritmo, tem musicalidade, tem imaginação, tem criatividade.
    Um abração e vamos ler poesia para recrear.

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